sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Exercícios

1- Uma comunidade vegetal em estágio jovem atua com mais eficiência do que uma comunidade clímax na "fixação do carbono", porque apresenta:
A) Uma baixa produtividade primária bruta;
B) A relação produtividade bruta/respiração próxima à unidade;
C) Grande biomassa vegetal e diversidade em espécies;
D) Uma alta produtividade primária líquida;
E) Teias alimentares complexas.

2- A colonização de uma lagoa recém-formada se inicia com:
A) Plantas vasculares;
B) Anfíbios;
C) Peixes;
D) Decompositores;
E) Fitoplâncton.

3- Considere a sequência: líquens → musgos → capim → arbustos. Essa sequência pode representar a evolução de uma;
A) População;
B) Comunidade;
C) Sociedade em formação;
D) Sucessão primária;
E) Sucessão secundária.

4- Uma sucessão ecológica caracteriza-se por apresentar:
A) Uma diminuição da biomassa no decorrer do processo;
B) Inicialmente todas as comunidades em homeostase;
C) Uma maior eficiência energética no estágio de clímax;
D) Homogeneidade nos fatores físicos do ambiente.

5- Todas as afirmativas a seguir representam características de uma comunidade em clímax na sucessão ecológica, exceto:
A) Aumento da biomassa total;
B) Aumento da produtividade líquida;
C) Aumento da estabilidade ambiental;
D) Aumento da respiração da comunidade;
E) Aumento da diversidade de espécies.




Gabarito:
1- letra D) Uma alta produtividade primária líquida
2- letra E) Fitoplâncton
3- letra D) Sucessão primária
4- letra C) Uma maior eficiência energética no estágio de clímax
5- letra B) Aumento da produtividade líquida

Sucessão Ecológica

Introdução
 Ao analisarmos um ecossistema, constatamos a existência de uma comunidade associada a fatores ambientais. Esta comunidade é composta por várias populações, que formam uma complexa teia alimentar e estabelecem os mais diversos tipos de relações ecológicas. Para atingir este estágio, a comunidade passou por uma sequência de transformações que denominamos sucessão ecológica, que pode ser de dois tipos: primária e secundária.
 Uma sucessão ecológica primária ocorre sempre em um local onde nunca existiu vida, por exemplo, superfícies cobertas por lava vulcânica, dunas de areia ou rochas expostas pela erosão. Pode ser dividida em três etapas:
  • Ecese: nesta etapa, o ambiente apresenta condições desfavoráveis à sobrevivência da maioria das espécies. Estabelece-se então, o que chamamos de comunidade pioneira, formada pelas poucas espécies que podem suportar as condições adversas. Esta comunidade, através de suas atividades, começa a alterar o ambiente, criando condições favoráveis para outras espécies. 
  • Sere: é a etapa em que o ambiente vai sofrendo gradativas transformações, ganhando mais camadas de solo, mais umidade e ao mesmo tempo, vão surgindo as espécies intermediárias. Nesta etapa ocorrem profundas alterações no ambiente e na diversidade de espécies. 
  • Clímax: nesta fase a comunidade atinge a estabilidade, com um elevado número de espécies e o ambiente também muda muito pouco.
 A sucessão ecológica secundária, ocorre em um local onde já existiu vida anteriormente, como por exemplo, áreas que sofreram queimada, ou foram desmatadas para cultivo e depois abandonadas. Neste caso, já existem algumas condições favoráveis, e portanto, a sucessão acaba sendo mais rápida.


Produtividade de uma comunidade em sucessão
 Chamamos de produtividade de uma comunidade, a capacidade que ela tem de produzir matéria orgânica. Podemos falar em dois tipos:
  • Produtividade Bruta (PB): representa o total de matéria orgânica, produzida pela comunidade, através da fotossíntese. 
  • Produtividade Líquida (PL): representa o saldo obtido, da relação entre a produção (fotossíntese) e o consumo (respiração) de uma comunidade. 

 Em uma comunidade pioneira, a produtividade bruta é maior que o consumo, ou seja, a fotossíntese total supera a respiração total. Isso significa, que na fase de ecese, a produtividade líquida é relativamente elevada e passa a ser incorporada à biomassa dos produtores da comunidade. Consequentemente, esta biomassa vai aumentando gradativamente no decorrer da fase de sere.
 Em uma comunidade clímax, a produtividade bruta é muito grande, devido à quantidade de indivíduos e diversidade de espécies. Porém, o consumo também é elevadíssimo, o que implica em uma produtividade líquida praticamente nula, ou seja, tudo o que uma comunidade clímax produz ela consome.



sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Exercícios

1- Considere os seguintes eventos ecológicos:
I. Competição de espécies introduzidas com os consumidores primários nativos.
II. Competição de espécies introduzidas com os consumidores secundários nativos.
III. Extinção de consumidores primários nativos.
IV. Extinção de consumidores secundários nativos.

Qual das alternativas indica os eventos que poderão ocorrer, na sequência correta, se uma criação de ovelhas foi introduzida num campo nativo?
A) I, II e III
B) I, II e IV
C) I, III e IV
D) II, III e IV
E) III, II e IV

2- Em geral a competição entre 2 seres vivos é maior quando eles:
A) Ocupam o mesmo nicho ecológico;
B) Pertencem ao mesmo gênero;
C) Ocupam o mesmo habitat;
D) São do mesmo sexo;
E) Pertencem a um mesmo ecossistema.

3- O cupinzeiro é um exemplo de:
A) Biocenose;
B) Colônia;
C) Comunidade;
D) Ecossistema;
E) Sociedade.

4- A associação entre certos fungos e algas costuma ser tão íntima que formam um novo tipo de organismo chamado líquen. Essa associação é denominada:
A) Comensalismo;
B) Mutualismo;
C) Parasitismo;
D) Predatismo;
E) Epifitismo.

5- Relacione a coluna A com a coluna B:
Coluna A
I. Epifitismo
II. Protocooperação
III. Mutualismo
IV. Colônias

Coluna B
1. Micorrizas
2. Orquídeas
3. Paragurus/anêmonas-do-mar
4. Caravelas

A associação correta é:
A) I-2, II-3, III-1, IV-4
B) I-1, II-2, III-3, IV-4
C) I-2, II-3, III-4, IV-1
D) I-3, II-4, III-1, IV-2
E) I-4, II-3, III-1, IV-2



Gabarito:
1- letra C) I, III e IV
2- letra A) Ocupam o mesmo nicho ecológico
3- letra E) Sociedade
4- letra B) Mutualismo
5- letra A) I-2, II-3, III-1, IV-4

Interações Ecológicas

Introdução
 Os seres vivos de uma comunidade ecológica, estabelecem entre si uma série de intercâmbios que envolvem aspectos alimentares e comportamentais, são as relações ou interações ecológicas. Essas relações podem ser classificadas usando-se dois critérios diferentes:
 Quando às espécies envolvidas:
  • Intraespecíficas: envolvem indivíduos de uma mesma espécie. 
  • Interespecíficas: envolvem indivíduos de espécies diferentes. 
 Quando ao benefício conseguido:
  • Harmônicas ou positivas: não há prejuízo para nenhum dos indivíduos relacionados. 
  • Desarmônicas ou negativas: ocorre prejuízo para, pelo menos, uma das partes relacionadas.

Relações Intraespecíficas Harmônicas 
 Colônias: conjunto de organismos de uma mesma espécie, unidos fisicamente e intimamente integrados, a ponto de parecerem um único organismo. São próprias de espécies de pequena complexidade como protozoários, algas, esponjas, fungos, etc. As colônias facilitam a obtenção de alimentos, defesa e reprodução.

 Sociedades: agrupamento de organismos de uma mesma espécie, onde não ocorre união física entre eles. A sociedade é própria de organismos mais complexos e pode apresentar líderes e divisão de trabalho entre os integrantes. As sociedades podem apresentar maior ou menor nível de organização.
 
Exemplo: um cardume de peixes, uma alcateia de lobos, uma manada de elefante, uma colmeia de abelhas e um formigueiro. Assim como as colônias, as sociedades facilitam a obtenção de alimentos, defesas e reprodução.


Relações Intraespecíficas Desarmônicas
  • Competição: organismos de uma mesma espécie disputam o mesmo espaço e o mesmo alimento, implicando na sobrevivência de alguns e na morte de outros. Ocorre em todas as espécies. 
  • Canibalismo: ocorre quando indivíduos de uma espécie, matam e devoram outros da mesma espécie. Isso acontece normalmente quando falta espaço ou alimento suficiente para todos os integrantes da população. Ocorre com frequência em cativeiro, com coelhos ou ratos por exemplo, onde a má alimentação e o espaço insuficiente levam, adultos a devorarem filhotes. Na natureza, pode ser observado em peixes e répteis, como alternativa para regular o tamanho da população.
Relações Interespecíficas Harmônicas
 Protocooperação ou cooperação: traz vantagens para as duas espécies relacionadas, embora não seja uma relação obrigatória para as espécies envolvidas, ou seja, quando associadas se ajudam e quando separadas vivem normalmente. Exemplos:
  • Relação entre o Paguro (caranguejo-eremita) e as anêmonas: o paguro, durante suas andanças pelo fundo do mar, pode encontrar uma concha vazia, abandonada por um caramujo e passa a usá-la para sua proteção, arrastando-a durante seus deslocamentos. Ao encontra uma anêmona, o paguro coloca-a sobre a concha. As anêmonas que são animais fixos, beneficiam-se ganhando mobilidade e sobras da alimentação do caranguejo. Já o paguro, beneficia-se da capacidade das anêmonas de se defenderem, utilizando uma substância, que provoca queimaduras em quem toca seus tentáculos.
  • Relação entre os anus e bovinos: os anus são pássaros negros ou pardos que podem ser vistos com frequência no dorso de bovinos, onde se alimentam de carrapatos e bernes (larvas de moscas), que parasitam a pele desses animais. Nesta associação os anus se alimentam e os bois se livram de parasitas, sendo portanto, ambos beneficiados. Quando os dois não se encontram o anu pode se alimentar de insetos, e os bois embora continuem com os parasitas, não morrem por esse motivo.
  • Relação entre jacaré e pássaro-palito: os jacarés do pantanal, quando saem da água para se aquecer, abrem a boca, permitindo a entrada de um pequeno pássaro, que se alimenta de restos e parasitas. Caso a relação não aconteça, os pássaros se alimentam de insetos e os jacarés vivem normalmente.
 Mutualismo: neste tipo de relação, as duas espécies são beneficiadas, sendo diferente da cooperação, por ser uma associação obrigatória, ou seja, quando se relacionam, as espécies sobrevivem normalmente, quando separadas morrem. Exemplos: 
  • Relação entre cupins e protozoários: os cupins, apesar de comerem madeira, não têm capacidade de digerir celulose e dependem de protozoários, do gênero Triconympha, que vivem no seu tubo digestivo. Os protozoários por sua vez só sobrevivem no intestino dos cupins, Observe que quando separados o cupim apesar de ingerir madeira acaba morrendo de fome, enquanto os protozoários morrem imediatamente, portanto a relação é obrigatória para ambos.
  • Líquens: os líquens são formados pela associação de certas espécies de fungos e algas. As algas realizam a fotossíntese, produzindo matéria orgânica, que acaba sendo utilizada pelos fungos, que por sua vez aumentam a superfície de contato, facilitando a absorção de água e sais minerais por parte das algas. As duas espécies relacionadas vivem isoladamente, pois não existe matéria orgânica para os fungos e nem retenção de água para as algas.
  • Micorrizas: são associações entre algumas espécies de fungos e determinadas plantas. Os fungos aumentam a capacidade de absorção das raízes, facilitando a obtenção de nutrientes e água, beneficiando as plantas, e os fungos aproveitam parte da matéria orgânica, fabricada pelas plantas.
 Comensalismo: nesta relação, uma das espécies é beneficiadas, enquanto a outra é neutra, ou seja, nem tira proveito, nem é prejudicada. Exemplos:
  • Relação entre rêmora e tubarão: a rêmora é um pequeno peixe, que possui uma espécie de ventosa, localizada na cabeça, com a qual ela se prende ao corpo de tubarões, ganhando uma "carona", se locomovendo sem gastar suas energias e ainda se alimenta dos restos das presas capturadas por eles. Quanto aos tubarões, aparentemente não são beneficiados e nem prejudicados. Quando o comensalismo é tipo "carona" também pode ser chamado foresia.

  • Relação entre orquídeas e árvores: as orquídeas e algumas bromélias, plantas típicas de florestas tropicais, vivem sobre árvores se causar prejuízo a elas. Essas plantas, de pequeno porte, ganham melhores condições de absorver luz e realizar fotossíntese, o que seria difícil sob sombra das grandes árvores das florestas. Essa relação também pode ser chamada epifitismo, as orquídeas e as bromélias de plantas epífitas.
  • Relação entre peixe-agulha e pepinos-do-mar: o peixe-agulha se esconde de seus predadores, penetrando na boca do pepino. Aparentemente o pepino-domar é indiferente ao peixe-agulha. Quando uma espécie se abriga no interior de outra, sem prejudica-la, a relação também pode ser chamada de inquilinismo.



Relações Interespecíficas Desarmônicas 
 Competição: ocorre quando duas espécies disputam os mesmos recursos oferecidos pelo meio, como água, alimentos, espaços, etc. A competição acontece quando duas espécies ocupam nichos ecológicos semelhantes. Quanto maior a sobreposição dos nichos ecológicos, mais acirrada é a competição, podendo causar extinção ou migração de uma das espécies. A imensa diversidade de nichos encontrada nos ecossistemas é consequência da intensa competição entre as espécies, onde a diferença entre cada nicho acaba sendo, uma forma de evitar a competição com outras espécies. Além disso, a competição é um dos mecanismos reguladores, que mantém o tamanho das populações em números compatíveis com os recursos do meio.
 Predatismo: acontece quando indivíduos de uma espécie, denominados predadores, matam e se alimentam de indivíduos de outra espécie, denominados presas. Em uma análise individual (1 predador - 1 presa) a relação é desarmônica. Quando analisamos o comportamento das populações, verificamos que predatismo é importante para regular o tamanho de ambas as populações, estabelecendo-se um equilíbrio entre predadores e presas.
 Herbivorismo: é a relação entre os consumidores primários, também chamados herbívoros e as plantas que lhes servem de alimento. Do ponto de vista individual a relação é desarmônica, pois os animais são beneficiados e as plantas são prejudicadas. Porém, se considerarmos o ecossistema como um todo, esta relação é a mais importante de todas, pois é através dela que a energia captada pelos produtores pode ser difundida para os demais níveis tróficos.
 Parasitismo: nesta relação, uma espécie denominada parasita, vive às custas de outra espécie, denominada hospedeira, causando-lhe prejuízos. O parasitismo tende a ser uma relação de longa duração e equilibrada, pois se o hospedeiro morre o parasita também morre. Os parasitas podem ser externos (ectoparasitas) como o carrapato, o pilho e o pernilongo, ou internos (endoparasitas) como a lombriga ou a solitária.
 Amensalismo: também chamada de antibiose, nesta relação, uma espécie lança no ambiente uma substância química, que impede a proliferação e sobrevivência de outra. Algumas árvores como pinheiros e eucaliptos, lançam através de suas raízes uma substância química que impede a germinação de sementes ao seu redor, evitando assim, uma competição pela água e nutrientes do solo. Alguns fungos impedem a proliferação de bactérias, evitando a competição pelo material a ser decomposto.
 Esclavagismo ou Sinfilia: nesta relação uma espécie se beneficia com o trabalho de outra espécie. Como exemplo, podemos citar o relacionamento entre dois pássaros, o pequenino tico-tico e o chupim bem maior. O chupim visita o ninho do tico-tico durante a ausência dos pais e desaloja os ovos do casal, ponde no lugar o seu, que é então chocado pelo casal, que depois da eclosão do ovo, de maneira cômica, passa a cuidar de um filhote bem maior que eles.