sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Exercícios

1- Considere as seguintes afirmações a respeito de medidas profiláticas às doenças parasitárias:
I. As verduras que são ingeridas cruas, em saladas, devem ser bem lavadas e mergulhadas em água clorada ou com vinagre.
II. O tratamento dos doentes é importante para eliminar as fontes de contágio.
III. A utilização de inseticidas nas moradias permite a destruição dos agentes transmissores.
IV. As construções de instalações sanitárias adequadas são medidas eficientes na erradicação de inúmeras doenças.

Para o caso da malária, assinale a alternativa que reúne as afirmações corretas:
A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) II e IV
E) III e IV

2- Conforme tem sido noticiado na imprensa mineira, a incidência de Calazar, Leishmaniose visceral, nos cães de áreas urbanas tem aumentado significativamente.
Em relação a essa doença é incorreto afirmar-se que:
A) a mordida do cão pode transmitir a doença ao homem;
B) a raposa também é reservatório da doença no meio rural;
C) o agente patogênico é um protozoário flagelado;
D) o vetor pertence à mesma classe do barbeiro;
E) uma medida profilática é a eliminação de cães contaminados.

3- Estabeleça a correspondência entre as colunas.

1. Trypanosoma cruzi;
2. Entamoeba histolytica;
3. Triatoma infestans.

( ) Existe nas formas trofozoítica e cística;
( ) Protozoário flagelado;
( ) Causa a doença de Chagas;
( ) Inseto hematófago;
( ) Hospedeiro intermediário do causador da doença de Chagas.

A sequência correta é:
A) 1, 2, 1, 3 e 2
B) 2, 1, 1, 3 e 3
C) 3, 1, 1, 2 e 3
D) 2, 1, 3, 1 e 1
E) 2, 3, l, 3 e 3

4- Protozoários parasitas do tubo digestivo dos animais não conseguem sobreviver sob sua forma adulta, o trofozoíto, fora do corpo do seu hospedeiro. Assim, para resistir ao meio externo, bem diferente daquele no qual ele se encontra, eles se modificam, eliminando água, desintegrando organelas celulares, sintetizando substâncias de reserva, diminuindo seu metabolismo e secretando um envoltório de natureza quitinosa ao seu redor. A essa forma de resistência, denominamos:
A) Soros;
B) Hormogônios;
C) Cistos;
D) Merozoíto;
E) Gametócito.

5- São medidas eficazes no combate e controle da Doença de Chagas. Exceto:
A) Evitar o desmatamento;
B) Construção de casas com parede de alvenaria;
C) Dedetização externa e interna nas residências;
D) Promover o saneamento básico;
E) Melhorar as condições de vida no campo.

6- Um paciente, portador dos agentes causadores da malária, pode transmitir a doença para outras pessoas que moram com ele através:
A) Das roupas de cama e peças íntimas;
B) Do contágio direto;
C) Da ingestão de alimentos usados pelo paciente;
D) Das fezes de alguns insetos hematófagos;
E) Da picada de alguns insetos.




Gabarito:
1- letra C) II e III;
2- letra A) a mordida do cão pode transmitir a doença ao homem;
3- letra B) 2, 1, 1, 3 e 3;
4- letra C) Cistos;
5- letra D) Promover o saneamento básico;
6- letra E) Da picada de alguns insetos.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Filo Protozoa

Protozoários
 Durante muito tempo os Protozoários foram classificados no reino Animal, pois se assemelham a estes quanto à organização celular (eucarionte) e tipo de nutrição (heterotrófica), mas pelo fato de serem unicelulares são modernamente classificados no reino Protista, juntamente com as algas unicelulares. Por conveniência didática estudaremos este filo juntamente com os filos que formam o reino animal.
 Características gerais:
 Os protozoários são organismos unicelulares, eucariontes, heterótrofos e geralmente microscópicos, podendo viver isoladamente ou se associar formando colônias.
 Classificação:
 Os protozoários são divididos em quatro classes: Sarcodina, Flagellata, Ciliata e Sporozoa. O critério usado para essa classificação é a estrutura de locomoção.

 Habitat:
 A maioria das espécies é de Vida livre, podendo ser encontrados na água doce ou salgada e até no lodo ou terra úmida. Podemos citar como exemplo o Paramecium (paramécio) que é comum em lagos ou poças de água doce.
 Os protozoários de água doce apresentam uma vesícula transparente denominada vacúolo pulsátil ou contrátil, cuja função é a regulação osmótica. Como o citoplasma da célula é mais concentrado que o meio líquido, onde ela se encontra, ocorre uma constante entrada de água na célula por osmose (passagem de moléculas de água de uma solução menos concentrada para outra solução mais concentrada). O vacúolo contrátil então recolhe e elimina ativamente o excesso de água, impedindo que a célula estoure.

 Outras espécies vivem no interior de um outro organismo, denominado hospedeiro, podendo neste caso ocorrer duas situações diferentes:
  • O protozoário é um parasita, vivendo às custas do hospedeiro, causando-lhe doença. É o caso do Plasmodium (plasmódio) que causa a malária no homem, doença que estudaremos com detalhes. 
  • O protozoário mantém relações de interdependência com o hospedeiro, com o qual troca benefícios, configurando uma interação denominada mutualismo. Um exemplo para este caso é o protozoário Triconynpha, que vive no intestino do cupim, digerindo a celulose dos vegetais consumidos pelo inseto, transformando-a em glicose, que tanto o protozoário quanto o cupim, utilizam como fonte de energia. Isto é fundamental para a sobrevivência do cupim, já que este não possui a celulase, enzima necessária para digerir a celulose. Sendo assim, percebemos que a atuação da Triconynpha é fundamental para a sobrevivência do cupim e ao mesmo tempo o cupim favorece o protozoário.
 Reprodução:
 Reprodução Assexuada: tipo de reprodução que não depende de gametas, e é realizada por apenas um indivíduo, os descendentes formados são todos geneticamente idênticos.Os protozoários podem se reproduzir assexuadamente por dois processos: 
  • Cissiparidade (Divisão Binária): a célula cresce até um determinado tamanho, quando então se divide ao meio, originando dois novos indivíduos.

  • Divisão Múltipla (Esporulação): o núcleo celular se multiplica várias vezes e ao final de cada um acaba formando uma pequena célula.

Esporulação em um esporozoário parasita.
 Reprodução Sexuada: tipo de reprodução em que ocorre mistura de material genético de dois indivíduos para formar descendentes. A reprodução sexuada dos protozoários é tipo Conjugação. Neste caso dois indivíduos estabelecem um ponte citoplasmática, através da qual trocam materiais genéticos, no final do processo os conjugantes se separam e sofrem cissiparidade.
Conjugação em um protozoário.
Protozooses
 Amebíase:
 A amebíase também chamada disenteria amebiana, é causada pelo protozoário sarcodíneo Entamoeba hístolytica, chamado popularmente de ameba. As amebas vivem no intestino causando lesões de difícil cicatrização, provocando fortes diarreias.
 O contágio ocorre através da ingestão de água ou alimentos contaminados por cistos de E. histolytica. O cisto é dotado de uma espessa parede e pode sobreviver por muito tempo fora do intestino do hospedeiro. Uma vez na cavidade intestinal, a sua parede se rompe, liberando quatro pequenas amebas. As amebas invadem a parede intestinal, onde se alimentam principalmente de sangue (sendo portanto, hematófagos) e se reproduzem, gerando amebas que vão continuar parasitando o intestino (trofozoíto) e amebas encistadas (cistos). Os cistos serão eliminados com as fezes e, uma vez na água poderão contaminar outras pessoas. Eventualmente os trofozoítos podem, através da corrente sanguínea, atingir e lesionar outros órgãos como pulmões, fígado e cérebro, trazendo graves consequências.

  • Profilaxia (prevenção): para se combater a amebíase, deve-se adotar medidas de saneamento básico, tais como: coleta e tratamento do esgoto a Ser lançado no mar, rios ou lagos, construção de fossas e o tratamento da água a ser distribuída a população. Deve-se também ferver ou filtrar a água a ser bebida e lavar muito bem os alimentos consumidos crus, além de um maior cuidado na higiene pessoal.
 Doença de Chagas (Tripanossomíase):
 A doença de Chagas é causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi (tripanossomo). A contaminação de uma pessoa se dá através de insetos hematófagos (seres que se alimentam de sangue), conhecidos popularmente como barbeiros, chupanças ou percevejos, sendo que a espécie mais comum é o do Triatoma infestans.
 O barbeiro se contamina ao sugar o sangue de pessoas ou animais silvestres contaminados, principalmente o tatu e outros animais silvestres, em cujas tocas o barbeiro se esconde. Estes animais se constituem em reservatórios naturais dos protozoários, dificultando o combate à doença.
 Os barbeiros são insetos de mata e noturnos, encontrados nas casas da zona rural, feitas de pau-a-pique e barro, condições ideais para se esconder de dia e sair de noite para se alimentar de sangue. Após picar uma pessoa, geralmente no rosto (daí o nome barbeiro), o inseto defeca. Se o barbeiro estiver contaminado, ele elimina protozoários juntamente com as fezes, já que nele o tripanossomo é um parasita intestinal.
 O local da picada permanece aberto por algum tempo, devido à presença de uma substância anticoagulante na saliva do inseto (ele precisa impedir a coagulação do sangue para poder se alimentar). Ao coçar este local a própria pessoa se contamina com os protozoários, que penetram através do ferimento e por meio da corrente sanguínea atingem diversos tecidos e órgãos.
 Um dos órgãos mais atingidos é o coração. A presença dos parasitas provoca inchaço e lesões que prejudicam e comprometem o seu funcionamento, podendo levar à morte.

  • Profilaxia: Apesar das pesquisas, não há cura ou tratamento eficientes para a doença de Chagas. São necessárias e fundamentais, portanto, medidas preventivas para evitar sua disseminação. Isto se torna ainda mais importante, pelo fato desta doença ser endêmica, em todo o nordeste brasileiro e também no norte de Minas Gerais. A principal providência a ser tomada, evidentemente, é o combate ao barbeiro para se evitar a picada. Como o inseto se aloja nas casas de barro, a construção de casas de alvenaria seria extremamente importante, além do uso de inseticidas e telas em janelas e portas. Não podemos esquecer que a transfusão sanguínea pode transmitir a doença de uma pessoa para outra, portanto deve haver um rigoroso controle de doadores e do sangue utilizado nos bancos de sangue. Infelizmente, em virtude da falta de informações da população rural, recursos financeiros para a saúde pública e vontade política, a doença de Chagas continua matando milhares de pessoas no Brasil e em outros países pobres do mundo.
 Malária:
 A malária, também chamada impaludismo ou maleita é causada por protozoários esporozoários do gênero Plasmodium (plasmódio).Os plasmódios causadores da malária, penetram no corpo humano através da picada de fêmeas dos mosquitos (pernilongos) do gênero Anopheles.
 Quando o mosquito pica, injeta no homem uma secreção salivar que contém um anticoagulante (mesmo caso do barbeiro) que acaba sendo o veículo para os protozoários atingirem a corrente sanguínea. Estes protozoários estavam alojados nas glândulas salivares do mosquito e tem a forma alongada e são denominados esporozoítos. Pela circulação, eles acabam chegando ao fígado onde após aproximadamente 21 dias se reproduzem, produzindo formas arredondadas chamadas trofozoítos.
 Os trofozoítos saem do fígado e invadem as hemácias do sangue. Dentro delas, cada trofozoíto passa por um processo assexuado de reprodução (esporulação), originando novas formas arredondadas que recebem o nome de merozoítos. As hemácias afetadas se rompem, liberando os merozoítos na corrente sanguínea.
 Cada merozoíto pode atacar outra hemácia, onde se desenvolve e se reproduz por esporulação, liberando novos merozoítos. A duração desse ciclo merozoíto hemácia-merozoíto, varia de acordo com a espécie de plasmódio. No Plasmodium vivax, por exemplo, dura 48 horas.


 A malária se caracteriza por picos de febre alta (39º ou 40º). Esta febre é consequência de toxinas produzidas pelos merozoítos, que são liberadas quando rompem as hemácias que estão parasitando.
 No interior das hemácias alguns merozoítos se transformam em gametócitos, masculinos ou femininos, que vão contaminar um mosquito transmissor, quando este picar uma pessoa contaminada. No estômago do mosquito os gametócitos se transformam em gametas masculinos e femininos que fazem fecundação resultando em um zigoto que penetra na parede estomacal, onde se instala e se desenvolve em um ovocisto (um zigoto encistado), dentro do qual ocorre esporulação, produzindo esporozoítos que migrarão para as glândulas salivares do mosquito reiniciando o ciclo.

  • Profilaxia: Ainda não existe uma vacina eficiente contra o plasmódio. O tratamento pode ser feito com um medicamento a base de quinino, árvore típica do cerrado brasileiro, que destrói os protozoários presentes nas células do sangue, mas nada faz aos alojados no fígado, de tal modo que os parasitas podem voltar a atacar hemácias, fazendo retornar os sintomas da doença. O uso contínuo do quinino tem feito surgir, por seleção genética, variedades resistentes ao medicamento, tornando-o menos eficiente.
 A prevenção consiste em combater a proliferação do mosquito transmissor e impedir sua picada e isso pode ser conseguido com as seguintes medidas: aterro de lagoas e poças, que servem de criadouro para as larvas do mosquito, aplicação de inseticidas e proteção de portas e janelas com tela e utilização de cortinados de filó sobre camas e redes de dormir. 
 A malária é uma doença endêmica em várias regiões do mundo, inclusive o norte do Brasil, sendo uma das enfermidades que mais mata no planeta, infelizmente os custos necessários para a sua erradicação são muito elevados, como os países afetados são os mais pobres, este problema deverá permanecer por muito tempo.
 Úlcera de Bauru:
 Esta doença também conhecida como Leishmaniose cutânea é causada pelo protozoário flagelado, Leishmania brasiliensis e transmitida pelo mosquito-palha também chamado birigui, que pertence ao gênero Phlebotomus.
 O inseto se contamina ao sugar o sangue de pessoas doentes. Ao picar uma pessoa sadia, o mosquito injeta sua secreção salivar com anticoagulante e, com ela, os protozoários. Pela corrente sanguínea as leishmanias atingem a pele e mucosas, causando lesões que podem ser muito graves.

  • Profilaxia: A leishmaniose chega a ser endêmica em vários pontos da região norte e ocasionalmente se verifica casos no interior e litoral do estado de São Paulo. Para sua prevenção já existe uma vacina eficiente e além disso deve ser feito o combate ao mosquito transmissor nos mesmos moldes da malária.
 Toxoplasmose:
 A toxoplasmose é causada pelo esporozoário, Toxoplasma gondii. Normalmente a doença se desenvolve de forma benigna, sem manifestar sintomas ou deixar sequelas no organismo. Em mulheres grávidas, porém, o protozoário pode atingir, através da placenta, o feto, acarretando-lhe má formação, tendo como consequências: deficiência mental, cegueira e podendo até mesmo levar a morte.
 A transmissão se dá pelo contato, por fezes, saliva ou urina de animais domésticos como o cão e principalmente o gato (costuma “invadir” mais a intimidade da casa). O contágio pode ocorrer também através do leite e carne contaminados durante a industrialização e até mesmo por relações sexuais.





domingo, 22 de julho de 2018

Exercícios

1-Define-se como espécie biológica aquele grupo de animais que, possuindo propriedades características comuns:
A) só se reproduz entre si;
B) não se reproduz entre si;
C) só se reproduz com populações vizinhas;
D) só se reproduz partenogeneticamente;
E) produz híbridos.

2-Qual dos seguintes grupos contém a menor variedade de organismos?
A) mamíferos;
B) carnívoros;
C) felídeos;
D) Phanthera;
E) Phanthera leo.

3-Na classificação de animais e de plantas, o nível filo, entre os animais, corresponde, nos vegetais, ao nível:
A) classe;
B) ordem;
C) superfamília;
D) família;
E) divisão.

4-Com base nas regras de nomenclatura, indique a alternativa incorreta:
A) Homo sapiens;
B) Trypanosoma cruzi;
C) Rana esculenta marmorata;
D) Rhea americana americana;
E) Anopheles Nyssurhynchus darlingi.

5-Segundo as regras internacionais de nomenclatura zoológica, a maneira correta de escrever o nome de animais (o homem por exemplo) é:
A) Homo Sapiens;
B) homo Sapiens;
C) homo sapiens;
D) Homo sapiens;
E) n.d.a.

6-São procariontes:
A) os fungos;
B) as bactérias;
C) os protozoários;
D) os protistas;
E) os vírus.



Gabarito:
1- letra A) só se reproduz entre si;
2- letra E) Phanthera leo;
3- letra E) divisão;
4- letra E) Anopheles Nyssurhynchus darlingi;
5- letra D) Homo sapiens;
6- letra B) as bactérias.

A Classificação Biológica

Introdução
 No mundo vivo encontramos uma enorme variedade de organismos. Os biólogos já identificaram e nomearam cientificamente quase dois milhões de espécies de seres vivos, e provavelmente ainda existam muitas espécies desconhecidas.
 Para melhor estudar e compreender toda esta variedade se faz necessário agrupar os organismos de acordo com suas características comuns, isto é, classifica-los.
 O ramo da Biologia que se ocupa da classificação e da nomenclatura dos seres vivos é a Taxonomia.
 O que é classificar?
 Classificar é agrupar coisas ou objetos de acordo com suas semelhanças e diferenças, o que vem a ser um comportamento pertinente à natureza e racionalidade humana.
 Podemos, por exemplo, classificar pessoas agrupando-as de acordo com diversos critérios: o país de origem, idade, profissão, classe econômica ou time de futebol pelo qual se tem afinidade. Quando vamos às compras em um Supermercado, os produtos estão classificados e distribuídos de acordo com o tipo: latarias, massas, higiene, vestuário, utilidades, etc. De tal forma que facilita tremendamente a nossa escolha.
 Nos seus primórdios, o homem provavelmente, classificava os seres vivos em função de suas observações práticas e necessidades diárias, sendo assim, classificava os animais como venenosos (mortais) e não venenosos; agressivos e não agressivos; com carne saborosa ou ruim. Faziam o mesmo com plantas, fungos, etc.
 No século IV a.C., o filósofo grego Aristóteles classificou os animais em aéreos, terrestres e aquáticos, usando como critério o ambiente em que eles viviam. Seu discípulo Teofrasto classificou as plantas em ervas, arbustos e árvores, segundo o critério tamanho.
 A partir do século XIV, os cientistas se depararam com a necessidade de sistemas de classificação, que separassem os seres vivos de acordo com suas características biológicas e não apenas segundo critérios arbitrários ou de utilidade. Entre estes cientistas, se destacou o naturalista sueco Carl Von Linnée ou Lineu, que por volta de 1735, publicou no livro Systema Naturae, um sistema de classificação que serviu de base para o que utilizamos atualmente, além de criar em 1760 um sistema de nomenclatura universal, que com modificações e atualizações e utilizado com eficiência até os dias de hoje.
 O principal critério de classificação utilizado por Lineu, foi a organização corporal, ou seja, os grupos foram formados, observando-se semelhanças e diferenças em sua anatomia e estrutura corporal.
 No sistema atual de classificação, além das semelhanças estruturais, que hoje são analisadas até níveis microscópicos, leva-se em conta também a composição química, principalmente, as proteínas e genes, que constituem os seres vivos.
 Espécie é a categoria taxonômica básica. Atualmente podemos definir espécie (species = tipo) como o conjunto de seres semelhantes, capazes de cruzar entre si e gerar descendentes férteis. Indivíduos de espécies diferentes, normalmente, não se cruzam, por falta de condições anatômicas ou desinteresse sexual. Em alguns casos pode até ocorrer o cruzamento, geralmente forçado pelo homem, mas sem gerar descendentes, ou então, estes quando formados, são estéreis e denominados híbridos. É o caso do cruzamento entre o cavalo (Equus caballus) e uma jumenta (Equus asinus), cujos descendentes, a mula (fêmea) ou o burro (macho), são sempre estéreis. Dentro de uma mesma espécie podem existir variedades diferentes, que denominamos raças. Todas as raças, por exemplo, de cães podem potencialmente reproduzir entre si e portanto, todas pertencem à mesma espécie, Canis familiaris. Quando uma raça natural (não “criada” pelo homem através de cruzamentos selecionados) recebe uma denominação científica é chamada de subespécie.
 As espécies afins são agrupadas em Gêneros, da mesma forma que gêneros se juntam de acordo com suas semelhanças formando as Famílias. Diversas famílias podem ser agrupadas em uma única Ordem e um grupo de ordens por sua vez, pode formar uma Classe. Várias classes se juntam para formar os Filos (nos vegetais pode-se usar Divisão no lugar de filo). E finalmente, a reunião de vários filos leva à formação do maior Taxon, um Reino.
Classificação do cão doméstico nos diversos Táxons.
 Pode-se usar, quando necessário, unidades intermediárias.
 A Classificação Atual:
 Durante muito tempo, os cientistas adotaram as idéias de Aristóteles e agruparam os seres vivos em dois grandes reinos: animal e vegetal. Com os avanços da Biologia, principalmente na microscopia, dois reinos passaram a ser insuficientes para classificar todas as formas de vida, descobertas em nosso planeta.
 Em 1899, o biólogo alemão Ernest Haeckel, sugeriu a criação de dois novos reinos, que denominou, Protista e Monera, onde seriam incluídos os seres vivos mais simples, descobertos com a utilização do microscópio.
 Em 1969, o biólogo R. H. Whittaker, propôs que os fungos, até então, classificados como vegetais, fossem classificados em um filo a parte, denominado Fungi.
 Atualmente segue-se a tendência de utilização de cinco reinos:
  • Reino Monera: o reino Monera agrupa os seres vivos mais simples, que são unicelulares e procariontes. As bactérias e as cianobactérias, estas últimas também chamadas de algas azuis ou cianofíceas, compõe este grupo. 
  • Reino Protista: no reino Protista estão classificados os protozoários, que são organismos unicelulares, eucariontes e heterótrofos. Também estão nesse grupo, as algas unicelulares, que são eucariontes e autótrofos. As algas pluricelulares, também são classificadas nesse reino, porque não apresentam tecidos diferenciados, ou seja, não existe muita diferenciação, entre as células que formam o seu corpo. 
  • Reino Fungi: no reino Fungi incluímos seres eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, que se assemelham às algas na organização e na reprodução, mas que diferem delas por serem heterótrofos.  Para alguns autores os fungos são classificados entre os protistas. A tendência moderna, porém, e classifica-los em um reino separado.
  • Reino Vegetal ou Metafita (Metaphyta): neste reino estão as plantas, que são organismos eucariontes, pluricelulares e obrigatoriamente autótrofos, realizadores de fotossíntese. Além disso, as plantas tem vários tipos celulares, que se organizam, formando diferentes tecidos. 
  • Reino Animal ou Metazoa: neste reino estão os animais, que são organismos eucariontes, pluricelulares e heterótrofos. Assim como as plantas tem vários tipos celulares, que se organizam, formando diferentes tecidos e órgãos.
  • Vírus, uma exceção: os vírus não são classificados, de acordo com os critérios estabelecidos, em nenhum dos cinco reinos. Não apresentam células, sendo constituídos por moléculas de ácidos nucleicos, que podem ser DNA ou RNA, envoltas por uma cápsula proteica. Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, que atacam células de animais, de plantas, de fungos ou de bactérias. Quando estão fora de uma célula hospedeira, os vírus são completamente inertes e não se reproduzem. No interior de uma célula, porém, um vírus pode originar centenas de novos vírus idênticos. Por conveniência, há quem classifique os vírus no reino Monera, junto com os seres vivos mais simples, porém, a maioria dos autores consideram os vírus como um grupo sem reino.
Alguns representantes dos Reinos utilizados na classificação.
A Nomenclatura Binomial
 O naturalista Lineu teve a brilhante ideia de associar uma nomenclatura ao seu sistema de classificação, estabelecendo uma série de regras. Vamos destacar as principais:
  • O nome científico deve ser binomial, ou seja, deve ser composto por duas palavras, sendo que, a primeira refere-se ao gênero e a primeira mais a segunda, juntas, determinam a espécie. No sistema binomial a primeira palavra (referente ao gênero) deve ser um substantivo e a segunda palavra, também chamada de epíteto da espécie, deve ser um adjetivo. 
  • O nome científico deve ser destacado em relação ao texto onde estiver escrito. Para tanto, em obras impressas utiliza-se o itálico (tipo de letra fino e inclinado) e/ou o negrito (letra mais forte). Em textos manuscritos podemos grifar o nome. 
  • O primeiro nome deve ser escrito com inicial maiúscula e o segundo com inicial minúscula.

 Por exceção, permite-se usar inicial maiúscula para o segundo nome quando se tratar de homenagem a uma pessoa do país onde a obra é publicada. Por exemplo:
Trypanosoma Cruzi, no Brasil, homenagem a Oswaldo Cruz.

  • Todo nome científico deve ser escrito em latim ou então latinizado (palavra de uma língua qualquer transliterada para o latim). O latim foi escolhido, por tratar-se de uma língua morta, ou seja, não mais falada por povo algum, e portanto livre do risco de sofrer alterações gramaticais ou de pronúncia. 
  • Ao aparecer pela primeira vez em um texto, o nome científico deve ser escrito por extenso; nas demais vezes que aparecer, o gênero pode ser abreviado. Por exemplo, após termos nos referido a Taenia solium uma primeira vez, podemos passar a escrevê-lo T. solium em novas citações. 
  • Quando se faz necessário indicar no texto um subgênero, este deve aparecer entre parênteses e entre o nome do gênero e o epíteto específico. Por exemplo: 
  1. Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi; 
  2. Anopheles (Kertesia) bellator.
  • O nome de uma subespécie deve ser trinominal, acompanhando o nome específico. Por exemplo: 
  1. Cobra coral verdadeira: Micrurus frontalis; 
  2. Subespécie do Mato Grosso: Micrurus frontalis frontalis; 
  3. Subespécie de Santa Catarina: Micrurus frontalis multicinctus.
  • Quando se deseja citar o nome do autor que classificou a espécie em questão, escreve-se o nome da espécie, acrescenta-se vírgula e logo a seguir o nome do autor, ou sua inicial. Por exemplo: Passer domesticus, Lineu ou Passer domesticas, L.
  • O nome de uma família é dado a partir de um dos gêneros que ela engloba, acrescentando o sufixo idae.

Classificação e parentesco evolutivo 
 Lineu não era um evolucionista. Para ele, o número de espécies era fixo, tendo sido definido por Deus no momento da Criação. Embora conhecesse os fósseis, que são restos preservados de seres que viveram no passado, Lineu, como os cientistas de sua época, os considerava simplesmente evidências de espécies criadas no início dos tempos e que haviam se extinguido. Por isso, seu sistema de classificação não procurava estabelecer relações de parentesco entre os fósseis e os seres vivos.
 Desde a época de Lineu, muitos conhecimentos foram incorporados à classificação. Atualmente, a maioria dos cientistas acredita que todos os seres vivos descendem de um ancestral comum. Isso quer dizer que todos os organismos, inclusive o homem, são aparentados em maior ou menor grau e se originaram de organismos unicelulares muito simples, que viveram há mais de 3 bilhões de anos. Durante esse período ocorreram inúmeras diversificações, que levaram à enorme variedade de seres atuais. O processo pelo qual as espécies de seres vivos se modificam e se diversificam no decorrer do tempo é denominado evolução biológica.
 Árvores filogenéticas: 
 Foi Ernest Haeckel, quem elaborou a primeira árvore filogenética de que se tem notícia, criando o termo “fílogênese” (do grego phylon = grupo, e genesis = origem) que serve para designar as relações de origem e parentesco entre os seres atuais e seus ancestrais.
 É fácil entender que espécies mais parecidas tiveram um ancestral comum a menos tempo do que espécies com maior grau de diferença. Por exemplo, o cão e o lobo possuem um ancestral comum que representa uma bifurcação recente na árvore filogenética. Por sua vez, cães e lobos compartilham com cavalos, ratos, homem e outros mamíferos um ancestral comum, que viveu há muito mais tempo. Mamíferos, aves, répteis e todos os demais vertebrados possuem um ancestral comum ainda mais antigo.
 A classificação moderna das espécies deve refletir suas relações de parentesco evolutivo. Isto quer dizer que espécies de um mesmo gênero são mais aparentadas entre si do que com espécies de outros gêneros. Da mesma forma, organismos pertencentes a uma mesma ordem são mais aparentados entre si do que com organismos de outras ordens, e assim por diante.
Filo Cordados e as Classes dos Peixes.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Exercícios

1-Entre as modificações que ocorreram nas condições ambientais de nosso planeta, algumas foram causadas pela própria atividade dos seres. Os organismos iniciais, ao realizarem a fermentação, determinaram uma grande alteração na atmosfera da Terra primitiva, porque nela introduziram o:
A) gás oxigênio;
B) gás carbônico;
C) gás metano;
D) gás nitrogênio;
E) vapor d'água.

2-Recentes análises do DNA de chimpanzés permitiram concluir que o homem é mais aparentado com eles do que com qualquer outro primata. Isso permite concluir que:
A) O chimpanzé é ancestral do homem.
B) O chimpanzé e o homem têm um ancestral comum.
C) O homem e o chimpanzé são ancestrais dos gorilas.
D) A evolução do homem não foi gradual.
E) Os chimpanzés são tão inteligentes quanto o homem.

3-Segundo a hipótese atualmente aceita sobre a origem e evolução da Vida na Terra, os primeiros seres surgidos seriam heterotróficos por absorção (saprobiontes) com respiração anaeróbica. Com as alterações climáticas do planeta e as atividades desses primeiros seres, o alimento disponível para os saprobiontes começou a rarear. “Em virtude da escassez de alimento, os seres iniciais desenvolveram a capacidade de produzir o seu próprio alimento.”
A frase entre aspas foi empregada:

A) corretamente, pois os serem sofreram mutações orientadas pela ausência de alimento disponível.
B) corretamente, pois os seres se modificaram para tornarem-se capazes de produzir seu próprio alimento.
C) corretamente, pois a escassez de alimento induziu a formação de características favoráveis nesses seres.
D) erradamente, pois a capacidade de produzir seu próprio alimento é determinada pelo material genético do ser.
E) erradamente, pois foram as alterações climáticas que permitiram o desenvolvimento da capacidade de produzir seu próprio alimento.

4-Leia as afirmativas abaixo:
I. Segundo a hipótese heterotrófica, os organismos com esse tipo de nutrição foram os últimos a surgir.
II. O surgimento dos organismos fotossintetizantes permitiu o aparecimento da respiração aeróbica. III. Sob determinadas circunstâncias, foi possível o surgimento de substâncias orgânicas a partir de substâncias inorgânicas.
IV. O surgimento dos coacervados permitiu que algumas moléculas como o DNA se mantivessem íntegras por mais tempo.

Dentre as afirmações, relativas à origem dos seres vivos, estão corretas, apenas:
A) II, III e IV
B) II e III
C) III e IV
D) I e II
E) I e IV

5-Em uma experiência, Francisco Redi colocou em oito frascos de vidro um pedaço de carne. Quatro vidros tiveram sua abertura recoberta por um pedaço de gaze. Após alguns dias, apareceram larvas de moscas nos vidros que não continham a gaze recobrindo a abertura do frasco. Nos frascos protegidos com gaze, elas não apareceram.
Essa experiência ilustra o princípio da:
A) teoria celular;
B) biogênese;
C) sucessão ecológica;
D) origem da célula;
E) higiene.



Gabarito:
1- letra B) gás carbônico.
2- letra B) O chimpanzé e o homem têm um ancestral comum.
3- letra D) erradamente, pois a capacidade de produzir seu próprio alimento é determinada pelo material genético do ser.
4- letra A) II, III e IV.
5- letra B) biogênese.

Evidências de Evolução e Origem da Vida

Introdução
 A nossa biosfera, apresenta milhões de espécies diferentes de seres vivos, adaptadas aos mais diversos ambientes. As teorias de evolução procuram explicar, como essa imensa diversidade se desenvolveu.
 Os pesquisadores do passado eram fixistas, ou seja, acreditavam que as espécies seriam imutáveis e teriam sido criadas por uma entidade divina, exatamente como são hoje.
 A partir do século XVII, alguns cientistas passaram a questionar a imutabilidade das espécies, afirmando que os seres vivos se modificam com o decorrer do tempo. Além disso, as espécies atuais seriam descendentes de espécies ancestrais, que se extinguiram. Este conjunto de idéias caracteriza o evolucionismo.
 Os evolucionistas acreditam que as espécies evoluem para continuarem adaptadas a um meio que sofre constante mudanças.
Evidências de Evolução
 A ideia de evolução é hoje aceita por grande parte da comunidade científica e utiliza conhecimentos da Biologia, Geografia, História, Climatologia, etc. Existem numerosas e inquestionáveis evidências de que o processo evolutivo ocorreu.
 Fósseis: podemos definir fóssil, como sendo, qualquer resto ou vestígio de um ser vivo que existiu no passado e viveu em épocas remotas. Os fósseis constituem forte evidência, de que as espécies do passado foram diferentes das espécies atuais. A formação de um fóssil ocorre em condições muito especiais, quando o corpo de um animal ou vegetal é recoberto rapidamente por sedimentos, que impedem a ação de microorganismos decompositores. A partir daí, podem ocorrer diferentes processos de fossilização, tais como: o preenchimento dos poros do animal por sais minerais ou uma lenta troca de substâncias orgânicas por minerais, transformando o corpo do animal em pedra. Isso significa que um fóssil, ao contrário do que muitos pensam, não é um osso, mas sim, uma pedra com o formato do osso. Pode acontecer também casos como o registro de pegadas de animais, que caminharam em terrenos lamacentos, que acabaram petrificando. Também pode ocorrer a conservação de corpos em minas de sal ou no gelo, fornecendo informações importantes, pois neste caso, vários tecidos e estruturas orgânicas são conservadas, tais como, cabelo, pele, etc.
ATENÇÃO:
 O terreno ideal para o estudo dos fósseis é aquele de natureza sedimentar; onde as várias camadas foram se depositando umas sobre as outras no decorrer do tempo. Isto quer dizer que um fóssil formado em uma determinada camada viveu e morreu na época em que essa camada se formou. Assim, em uma escavação, quanto mais profundo for encontrado o fóssil, mais antigo ele será.
 Datação de Fósseis:
 A idade de um fóssil pode ser determinada, pelo método de carbono-14 (
14C). 0 14C é um isótopo radioativo do 12C.
 O método se baseia no fato de que os organismos fósseis, provavelmente, apresentavam a mesma quantidade de 
14C que os seres vivos atuais. O 14C apresenta meia vida em torno de 5.740 anos. Isto significa que 5.740 anos depois da monte do ser, ele deve apresentar metade do 14C que apresentava quando vivo. Passados mais 5.740 anos, teríamos metade do 14C que restou e assim sucessivamente, até não restar mais 14C algum. Logo, ao medir a quantidade de 14C que restou em um fóssil, podemos calcular uma idade aproximada para o fóssil.
 O 
14C, por ter uma meia vida relativamente curta, só é útil para fósseis com no máximo 50 mil anos. Para a datação de fósseis mais antigos os paleontólogos usam o urânio-235 (235U) cuja meia-vida é de 700 milhões de anos ou o potássio-40 (40K), com cerca de 1,3 bilhão de anos de meia vida.

 Anatomia Comparada: alguns dos mais primitivos baseiam-se no grupo de semelhança dos caracteres morfológicos, ou seja, na anatomia comparada. O parentesco evolutivo pode determinar semelhanças, entre seres vivos aparentemente bastante diferentes.
 Semelhanças Embrionárias: espécies diferentes, mas com passado evolutivo comum, apresentam semelhanças embrionárias, ainda mais acentuadas do que nos adultos.
 Órgãos Vestigiais: são estruturas ou órgãos pouco desenvolvidos e sem função aparente no organismo, mas que evidenciam parentesco evolutivo, com espécies que os apresentem funcionais.
 Constituição Molecular: os seres vivos são constituídos pelas mesmas moléculas e em proporções semelhantes. Quando se compara o DNA de espécies semelhantes, notam-se semelhanças entre os genes que as constituem.
A Origem da Vida
 Até metade do século XIX, muitos cientistas acreditavam na geração espontânea ou abiogênese. Por esta ideia, um ser vivo poderia surgir a partir de matéria não viva, desde que nela existisse o chamado princípio vital (ou força vegetativa). Hoje, após inúmeras discussões e experimentos sabemos que um ser vivo só pode ser formado a partir de um outro ser vivo pré-existente, ao que chamamos de biogênese.
 A abiogênese prega a possibilidade de formação de um ser vivo, a partir da matéria não viva, enquanto que a biogênese afirma que um ser vivo só pode ser formado a partir de outro ser vivo.
 Aceitando a ideia de biogênese, uma outra pergunta surge: como surgiu o primeiro ser vivo na Terra? Existem três correntes diferentes que procuram explicar a origem da vida.
  • Panspermia cósmica ou cosmogênese: esta hipótese supõe, que seres vivos de outros planetas, tenham chegado à Terra transportados por meteoros, cometas, etc. Porém, essa ideia pode ser criticada por dois aspectos: não resolve o problema, pois transfere a origem da vida para outro planeta e além disso, dificilmente formas de vida como as que conhecemos, resistiriam às adversidades dessa "viagem", tais como, temperaturas baixas, radiações etc. 
  • Hipótese autotrófica: os defensores desta ideia acreditam que a vida surgiu na Terra mesmo, a partir de uma primeira célula, que seria autótrofa. É pouco provável que isto tenha ocorrido, porque para ser autótrofa, uma célula precisa ser muito complexa e dificilmente isto aconteceria com uma primeira célula. 
  • Hipótese heterotrófica: essa hipótese afirma que a vida teria surgido por aqui mesmo, e que a primeira célula seria heterótrofa e de pequena complexidade. Mas, sendo heterótrofa, de onde esta célula obteria seu alimento? A resposta se deve ao trabalho de vários pesquisadores, mas sem dúvida destacou-se o russo Oparin. 
 As ideias de Oparin: estudos geológicos indicam que o nosso planeta surgiu a aproximadamente 5 bilhões de anos e os achados fósseis mais antigos datam de 3,5 bilhões de anos. Isto quer dizer que durante aproximadamente 1,5 bilhões de anos, a Terra foi totalmente despovoada. Segundo Oparin, esta terra primitiva teria condições totalmente diferentes das atuais:
  • Os gases da atmosfera primitiva, seriam diferentes daqueles encontrados na atmosfera atual: amônia (NH3), metano (CH4), hidrogênio (H2) e o vapor d'água (H2O), provenientes de rochas em ebulição (a crosta terrestre ainda não havia se solidificado) e atividades vulcânicas, que eram intensas naquela época. 
  • Iniciou-se um processo de condensação do vapor d'água, que passou a cair sobre a superfície quente, onde evaporava novamente, formando um ciclo de tempestades, que geravam inúmeras descargas elétricas. 
  • A inexistência da camada de ozônio, permitia a chegada à superfície terrestre de alta intensidade de radiação ultravioleta.
 Ainda, segundo Oparin, provavelmente, sobre influência das descargas elétricas e do bombardeamento imposto pela radiação ultravioleta, os gases da atmosfera primitiva reagiram entre si originando substâncias mais complexas, que ao caírem no solo quente, também reagiam entre si, formando moléculas ainda mais complexas, semelhantes às moléculas orgânicas que constituem os seres vivos atuais. Com o abaixamento da temperatura e o resfriamento da crosta terrestre, a água líquida, acabou se acumulando na partes mais baixas, formando os lagos e mares primitivos, carregando consigo as moléculas orgânicas, formadas na atmosfera e no solo quente, de tal maneira que os mares primitivos se tornaram um verdadeiro caldo orgânica. Essas moléculas orgânicas acumuladas, podem ter se agregado, e foram envolvidas por uma película de água, formando estruturas denominadas coacervadas ou coacervatos.
 A partir de um desses coacervados, poderia ter surgido uma organização molecular dotada de membrana, que daria origem à primeira célula do planeta. Como não existia 
O2, esta primeira célula, deveria utilizar do processo fermentativo para obter energia. Obviamente essa primeira célula, dotada de uma molécula equivalente a um ácido nucleico, reproduziu-se e espalhou seus descendentes pelos mares. A fermentação realizada por essas primeiras células, liberou CO2 para atmosfera, criando condições para a sobrevivência dos primeiros seres autótrofos fotossintetizantes. Com a atividade dos autótrofos, passou a existir na atmosfera o O2,que possibilitou a sobrevivência de seres autótrofos e heterótrofos capazes de realizar a respiração aeróbia.
 Experiências que reforçaram as ideias de Oparin:
  • Stanley Miller-1953: Miller desenvolveu um equipamento que simulava a atmosfera primitiva, segundo a hipótese de Oparin. Os gases (NH3, CH4, H2, H2O) foram submetidos a descargas elétricas e após poucos dias de trabalho, Miller obteve vários tipos de moléculas orgânicas, entre elas, vários tipos de aminoácidos. 
  • Sidney Fox-1957: Fox continuou o experimento de Miller, colocando sobre rochas quentes as moléculas obtidas por Miller e obteve proteínas, bases nitrogenadas (semelhantes ao do DNA) e outras moléculas orgânicas.
 As experiências de Miller e Fox serviram, para confirmar que as ideias de Oparin podem ser a explicação para a origem da vida, porém nenhum deles chegou a formar células ou algo parecido. Obviamente, faltou aos pesquisadores o fator tempo, que sobrou à Terra no seu início.
Representação das condições da Terra primitiva.

Experiência de Miller, simulando as ideias de Oparin.

    Melvin Calvin
 O norte-americano Stanley Miller construiu um aparelho contendo metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, segundo o modelo de Oparin, que simulava as possíveis condições da Terra primitiva. Essa mistura gasosa foi submetida a descargas elétricas, como forma de simular os raios que deveriam ter ocorrido. Com a presença de um condensador no sistema, o produto era resfriado, se acumulava e depois era aquecido. Esse último processo fazia o líquido evaporar, continuando o ciclo. 
  • Melvin Calvin-1911: Em suas experiências sobre a origem da vida, usou como fonte de energia, radiação altamente energética e, como produto final, a partir da atmosfera primitiva obteve carboidratos.

Sequência de eventos da hipótese heterotrófica.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Exercícios

1-Em uma comunidade de água doce em que ocorre diminuição de oxigênio como resultado da poluição, são beneficiadas apenas as populações:
A) de peixes e de protozoários.
B) de bactérias anaeróbicas e do zooplâncton.
C) de protozoários.
D) de bactérias anaeróbicas.
E) do zooplâncton.

2-Pesticidas organoclorados:
A) Degradam rápido no meio ambiente;
B) Bio-acumulam;
C) Não prejudicam o meio ambiente;
D) Desde sua introdução só tiveram efeitos benéficos;
E) Contribuem para uma agricultura sustentável.

3-A afirmação correta é:
A) Ecossistemas saudáveis são aqueles onde os humanos têm intervindo para assegurar que sejam aceitáveis à maioria;
B) A introdução de espécies vegetais não-nativas é benéfica à saúde do ecossistema;
C) As espécies no topo da cadeia alimentar frequentemente contêm concentrações mais altas de substâncias tóxicas do que aquelas na base dessa cadeia;
D) Bioconcentração e biomagnificação são sinônimos;
E) Uma vez destruído, um ecossistema não pode ser recuperado.

4-A preservação da qualidade das águas é uma necessidade universal que exige séria atenção das autoridades sanitárias e ambientais, particularmente quanto aos mananciais e água para consumo humano, visto sua contaminação por fezes de origem humana ou animal poder tomá-la veículo de doenças infecciosas e parasitárias.
 Qual seria o grupo de microrganismos indicadores de contaminação fecal que deveria ser pesquisado na água?
A) Grupo de microrganismos patogênicos presentes em pequenas densidades nas fezes do homem e animais de sangue quente. 
B) Grupo de microrganismos prevalentes nos esgotos e presentes em grandes densidades nas fezes do homem e animais de sangue quente.
C) Grupo de microrganismos prevalentes nas fezes de animais aquáticos.
D) Grupo de microrganismos prevalentes nas secreções do trato respiratório superior do homem.
E) Grupo de microrganismos prevalentes em pequenas densidades nas fezes de animais marinhos.

5-Na questão a seguir escreva nos parênteses a soma dos itens corretos.

Certas indústrias possuem como efluente água quente, que provém do resfriamento das máquinas ou das caldeiras a vapor. Essa água, quando entra em contato com um curso de água natural, pode provocar alterações ambientais, uma vez que o aumento da temperatura provoca a diminuição da solubilidade do oxigênio, assim como, o maior consumo do mesmo pelos organismos aeróbicos. Assinale as proposições que apresentam consequências desse tipo de poluição aquática.

(01) O nível de oxigênio dissolvido tende a cair.
(02) Os organismos aeróbicos começam a morrer em grandes quantidades.
(04) As bactérias anaeróbicas são beneficiadas por serem fermentadoras.
(08) As algas do fitoplâncton desenvolvem-se até um certo limite, pois produzem o oxigênio de que necessitam e começam a declinar quando passam a competir pela iluminação.
(16) As águas ficam límpidas e desprovidas de odor.

Soma : ( )


Gabarito:
1- letra D) de bactérias anaeróbicas.
2- letra B) Bio-acumulam.
3- letra C) As espécies no topo da cadeia alimentar frequentemente contêm concentrações mais altas de substâncias tóxicas do que aquelas na base dessa cadeia.
4- letra B) Grupo de microrganismos prevalentes nos esgotos e presentes em grandes densidades nas fezes do homem e animais de sangue quente.
5- soma: 01+02+04+08=15

Dinâmica de Populações e Alterações Ambientais

Dinâmica de populações
 As populações têm um comportamento dinâmico dentro do ecossistema, ou seja, aumentam, se equilibram, diminuem e podem até se extinguir. Para se analisar uma população, deve-se avaliar a sua densidade populacional, que é a relação entre o número de indivíduos e o espaço que eles ocupam, expresso em unidade de área, se a espécie for terrestre, ou em unidade de voluma, se a espécie for aquática.
 Existem fatores que agem sobre a população, determinando seu comportamento:
  • Taxa de natalidade (N): nascimento de indivíduos na população; 
  • Taxa de mortalidade (M): morte de indivíduos na população; 
  • Taxa de imigração (I): chegada de indivíduos, provenientes de outras populações; 
  • Taxa de emigração (E): saída de indivíduos para outras populações. 
 Para analisarmos o comportamento de uma população, devemos considerar os determinantes populacionais, em um mesmo período de tempo, que pode variar em função da espécie. Para uma bactéria bastam horas, já que a reprodução é muito rápida, e para mamíferos, 1 ano pode ser até pouco, dependendo da espécie. Somamos as taxas que contribuem para o aumento da população e comparamos com a soma dos determinantes que contribuem para sua diminuição.
Curvas de crescimento populacional
 O crescimento de um população se deve a interação de dois fatores: o potencial biótico e a resistência ambiental.
 Potencial Biótico: chamamos de potencial biótico de uma espécie a capacidade que ela tem de gerar descendentes.
 Resistência Ambiental: ao mesmo tempo em que o ambiente fornece as condições para uma espécie aumentar sua população, estabelece também restrições a este crescimento, o que chamamos de resistência ambiental. Esta resistência é exercida de diversas maneiras deferentes: predadores, parasitas, competidores, escassez de alimentos, limitação de espaço, adversidades climáticas e até mesmo excesso de resíduos lançados pelos seres vivos.

 O crescimento de uma população, em condições naturais, ocorre em função da relação entre seu potencial biótico e a resistência ambiental do local onde vive e pode ser representado por meio de um gráfico.
 Podemos destacar na curva do gráfico, três fases diferentes:
  • Crescimento Lento: Período com poucos adultos para gerar descendentes e dificuldades iniciais de adaptação ao ambiente. 
  • Crescimento Rápido: Aumenta o ritmo de crescimento, pois existem mais adultos para gerar descendentes e a população se encontra mais adaptada ao ambiente. Está fase também é chamada de fase Log, pois apresenta crescimento exponencial. 
  • Fase de Equilíbrio: Nesta etapa a densidade populacional atinge o valor máximo suportado pelo ambiente.
Alterações Ambientais
 Muitas alterações que ocorrem em um ecossistema, gerando desequilíbrio ecológico, podem ter causas naturais, como por exemplo:
  • Tempestades arrastam para os rios substâncias orgânicas que podem causar problemas semelhantes ao esgoto doméstico lançado pelo homem. 
  • Erupções vulcânicas podem lançar na atmosfera quantidade de enxofre, que inibem o desenvolvimento da vida nas proximidades. 
  • Incêndios naturais podem destruir áreas imensas, eliminando espécies em uma região. 
 No entanto, as grandes catástrofes ambientais são consequência da atividade humana, sendo responsáveis pela extinção de várias espécies e ameaçando outras, inclusive o próprio homem.
 Poluição: podemos definir poluição, como sendo a presença de agentes físicos ou substâncias químicas, denominados poluentes, que possam impedir ou prejudicar a vida em um determinado ambiente. Podemos falar em poluição do ar, da água e do solo.
  • Poluição do Ar: 
  1. Monóxido de Carbono (CO): trata-se de um gás incolor, inodoro e extremamente tóxico. É liberado quando ocorre, a combustão incompleta de moléculas orgânicas. As principais fontes de emissão desse gás são os escapamentos de automóveis e chaminés de indústrias. O CO se combina com molécula de hemoglobina presente nas hemácias, de forma estável, impedindo que elas transportem o O2, causando nas pessoas efeitos de asfixia, como aceleração do ritmo respiratório, aumento da frequência cardíaca. Em concentrações elevadas, o CO tem efeito entorpecente, causando a perda da consciência e em seguida, morte. 
  2. Dióxido de Carbono (C
    O2
     ):
    o CO2 também denominado gás carbônico é encontrado na atmosfera na proporção de 0,04% e utilizado como fonte de carbono, passa a fotossíntese realizada pelos produtores. A emissão exagerada de CO2 resultante da queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral) pode agravar o efeito estufa. 
  3. Óxidos de Enxofre e Óxidos de Nitrogênio: o dióxido de enxofre (SO2) é proveniente da queima industrial de carvão mineral e do óleo diesel. O monóxido de nitrogênio (NO) é liberado em vários processos industriais. Ambos os óxidos, provocam várias doenças pulmonares, tais como: asma, bronquite e enfiem pulmonar. Estes gases também podem reagir com vapor d’água na atmosfera, produzindo os ácidos sulfúrico e nítrico, que acabam precipitando, formando o que chamamos de chuva ácida. Este fenômeno é particularmente grave nos países europeus, que dependem do carvão mineral e do óleo diesel para gerar energia elétrica. 
  4. O Gás Freon: o freon, Cl2F2C (dicloro-difluor-carbono), é um gás utilizado pelo homem de várias maneiras diferentes, tais como: propelente de embalagens aerossóis, sistemas de refrigeração de geladeiras e aparelhos condicionadores de ar, plásticos e espumas injetáveis, produtos a base de isopor, etc. Quando liberado, o freon sobe para as camadas mais altas da atmosfera e reage com o ozônio (O3), formando outros compostos. Esta atuação do gás freon causa o efeito conhecido como buraco na camada de ozônio.
  5. Inversão Térmica: em condições normais, ao amanhecer, a radiação solar aquece a superfície terrestre, que posteriormente aquece o ar mais próximo a ela. O ar das camadas mais altas, por ser mais frio e consequentemente mais denso, sobe. Tal fenômeno, facilita a dispersão de gases que possam estar poluindo o ar local. Em certas regiões, principalmente no inverno, pode ocorrer um fenômeno denominado inversão térmica, em que o ar mais frio se acumula sobre as cidades, dificultando o aquecimento do solo e consequentemente do ar próximo do solo. Assim, diminui o fluxo ascendente de ar, acumulando-se poluentes sobre a cidade, agravando as consequências da poluição. É a inversão térmica que estimula o rodízio de automóveis, na cidade de São Paulo. 

  • Poluição da Água e Solo: 
  1. Eutrofização: também chamado de eutrofização, este processo é desencadeado pela grande quantidade de esgoto domésticos lançados nos rios e represas de grandes cidades. A matéria orgânica entra em decomposição, devido a ação, principalmente de bactérias aeróbias decompositoras, resultando em acúmulo de nutrientes minerais, principalmente NO3- . Estes nutrientes são utilizados pelas algas microscópicas, principalmente as algas verdes, que passam a se multiplicar exageradamente, formando uma população tão densa na superfície, que dificulta a entrada de luz, matando vegetais e algas do fundo, que também entram em decomposição. Com o passar do tempo, muitas das algas da superfície, também acabam morrendo pela falta de oxigênio. Com a diminuição do nível de oxigênio disponível na água e a quantidade cada vez maior de matéria orgânica animal e vegetal morta, a decomposição passa a ser feita por organismos anaeróbios, que liberam gases como o ácido sulfídrico, o que explica o mau cheiro. A água toma-se imprópria para consumo humano e sobrevivência de outros seres vivos. A solução para este problema é o Governo e a iniciativa privada, investirem em estações de tratamento de esgoto, garantindo a devolução de água limpa nos rios e lagos. 
  2. Marés Vermelhas: Este fenômeno é semelhante a eutrofização, porém, as algas que se proliferam são do grupo pirrofíceas, que produzem um pigmento bioluminescente de coloração avermelhada, o que dá nome ao fenômeno. Estas algas produzem toxinas altamente letais. Quando a população de algas está em seu tamanho normal, as toxinas são diluídas sem maiores problemas. Com o estabelecimento de uma superpopulação, estas toxinas atingem concentrações, que causam elevadas taxas de mortalidade. 
  3. Petróleo: O derramamento de petróleo, pode causar verdadeiros desastres ecológicos. O óleo e a água são imiscíveis, isto é, não se misturam. Sendo assim, a mancha de óleo vai se espalhando por quilômetros, impedindo a passagem da luz, o que causa a morte das algas do fitoplâncton e consequentemente afeta todo ecossistema aquático.
  4. Detergentes: Lançados nas águas, como resultado de lavagens domésticas ou industriais, podem formar camadas de espuma sobre a água, levando a um processo semelhante à eutrofização, pois provoca a diminuição do teor de oxigênio na água.
  5. Esgoto Quente: O lançamento de água quente nos rios e lagos, efetuados por indústrias, reduz a concentração de O2 disponível, pois a temperatura elevada diminui a solubilidade de O2 na água, causando mortalidade de organismos aquáticos. 
  6. Mercúrio: O mercúrio é utilizado no garimpo, para a separação do ouro dos outros metais. O ouro é lavado e o mercúrio lançado na água dos rios, envenena diversos componentes da cadeia alimentar, podendo atingir o homem, quando este consome peixes contaminados. O mercúrio causa sérios problemas no sistema nervoso, podendo até mesmo matar.
  7. Chumbo: O chumbo é utilizado como detonante da gasolina, o que torna os automóveis os principais emissores deste poluente. O acúmulo de chumbo no organismo, causa uma doença conhecida como saturnismo, com várias consequências para o organismo, principalmente no sistema nervoso. 
  8. Inseticidas: Há várias décadas que inseticidas do grupo dos organoclorados, cujo principal representante é o DDT, (dicloro-difenil-tricloroetano) tem sido utilizado em larga escala nas lavouras do planeta. Ocorre que o DDT tem duas características que o tornam altamente prejudicial aos seres vivos: demora cerca de dez anos para ser biodegradado (decomposto pelos seres vivos) e tem efeito cumulativo, isto é, vai se concentrando nos organismos ao longo da cadeia, de tal maneira, que os consumidores terminais são os mais prejudicados. 
  9. Radiatividade: Elementos radiativos podem ser incorporados pelos seres vivos, substituindo outros elementos do metabolismo, causando diversos tipos de câncer. O estrôncio-90(Sr-90), por exemplo, substitui o cálcio e pode ser incorporado aos ossos, onde se encontra a medula óssea vermelha, que produz as células do sangue. Indivíduos com Sr-90 têm maior probabilidade de desenvolver leucemia. Os elementos radiativos, são liberados em explosões atômicas ou acidentes com reatores de usinas nucleares. No Brasil, mais precisamente em Goiânia, em 1987, uma cápsula de Césio-137, utilizada em equipamentos de radioterapia, foi abandonada por profissionais irresponsáveis e manuseada por catadores de ferro-velho (sucata) e outras pessoas das vizinhanças, causando a morte de quatro pessoas e a contaminação de dezenas de outras, que sofrem até hoje os efeitos da contaminação.
  • Outros Alterações Ambientais: 
  1. Desmatamentos: A expansão dos centros urbanos e das áreas de cultivo, tem causado destruição de florestas naturais, levando à extinção de várias espécies vegetais e de outros seres vivos, dependentes destes vegetais. Além disso, o desmatamento leva à erosão, causada pela chuva e pelos ventos, que sem a proteção da cobertura vegetal, carregam a parte fértil do solo, tornando-o nutritivamente pobre e de relevo acidentado. A terra carregada pela erosão acaba causando o assoreamento dos rios, ou seja, ela se deposita no fundo, diminuindo a calha de escoamento do rio, causando enchentes de grandes proporções. 
  2. Queimadas: Utilizar queimadas para limpar áreas de cultivo ou acelerar desmatamentos, são altamente prejudiciais, pois além de matar as plantas do local, destroem os microrganismos responsáveis pela reciclagem da matéria, que compõe os seres vivos. 
  3. Espécies Introduzidas (exóticas): Espécies trazidas de outras regiões e introduzidas em um ecossistema, podem, devido à falta de predadores, parasitas ou competidores naturais, propagar-se com imensa facilidade e até mesmo eliminar espécies locais. Vários exemplos podem ser citados, mas o caso mais marcante é o de coelhos que foram introduzidos na Austrália por volta de 1860 e deixaram as ovelhas, principal pecuária da região, praticamente sem pastagens, causando prejuízos incalculáveis. 
  4. Caça e Pesca Predatória: A caça ou pesca predatória significa que o homem matou excessivamente, reduzindo as populações a um tamanho, tal que elas reduzindo o risco de não se recuperarem, podendo chegar à extinção. No Brasil existem várias espécies em extinção.
  5. O Lixo Urbano: Uma cidade produz diariamente toneladas de lixo. Uma, pessoa, nos países desenvolvidos, gera mais de 2 kg de lixo por dia. Todo este lixo costuma ser abandonado a céu aberto, em terrenos próximos da cidade, causando uma série de problemas, tais como: proliferação de ratos, baratas e outros transmissores de doenças, além da contaminação do solo, ar e água. Também é um costume queima-lo, o que não é sensato, pois agrava a poluição atmosférica. Outro procedimento comum, porém inadequado, é enterrar o lixo, o que acaba por contaminar os lençóis subterrâneos de água. Qual a solução então? A reciclagem parece ser o procedimento mais adequado. O lixo doméstico é composto por diferentes materiais, que devem ser separados, o que chamamos de coleta seletiva. As latas, o papel, o vidro e o plástico podem ser reaproveitados. A parte orgânica (cascas de frutas, restos de comida,etc) podem ser depositados em equipamentos denominados biodigestores, onde são fermentados por microrganismos, gerando gás natural, que pode ser utilizado como combustível doméstico ou industrial.