Ciclo da água
A água tem importante papel na composição dos seres vivos, atuando como solvente, regulador térmico e amortecedor contra choques mecânicos, entre outras funções. É a molécula mais abundante no planeta compondo 3/4 de sua superfície. Deste total 97% é de água salgada e os outros 3% estão distribuídos entre rios, lagos, geleiras e solo. Isto significa que o principal reservatório de água no planeta é o mar.
A água existente no ambiente: rios, lagos, geleiras, solo e principalmente a do mar, sofre evaporação devido à radiação solar e calor ambiental, passando para o estado gasoso, originando as nuvens. Na atmosfera o vapor d'água se condensa e através da precipitação (chuva), a água líquida retorna à superfície. Note que este ciclo é apenas geoquímico, ou seja, ocorre se a participação dos seres vivos.
Os vegetais absorvem a água presente no solo através de suas raízes, usando-a em seus processos metabólicos, principalmente a fotossíntese, através da qual as plantas fabricam a glicose. Os vegetais devolvem a água para o ambiente através da transpiração que ocorre em suas folhas.
Os animais conseguem água através dos alimentos ingeridos ou simplesmente bebendo-a. A água ingerida será utilizada em vários processos de seu metabolismo, atuando como solvente e reagente. Os animais perdem água para o ambiente através da transpiração, respiração, urina e fezes. Devemos salientar também que a água incorporada aos tecidos dos animais e vegetais, acaba sendo devolvida para o ambiente, quando estes morrem, graças à ação dos decompositores.
As moléculas orgânicas que compõem os seres vivos (proteínas, carboidratos, lipídios, etc...), são fundamentadas em uma longa cadeia de carbonos, aos quais se ligam outros átomos. A principal fonte de carbono para os seres vivos é o CO2 atmosférico. Os organismo autótrofos têm, através da fotossíntese, a capacidade de retirar o CO2 do ar e produzir matéria orgânica, principalmente carboidratos, que serão utilizados como fonte de energia. Através da respiração, os seres vivos devolvem continuamente o CO2 para o ar. Quando um ser vivo morre, a ação dos decompositores, degradando a matéria orgânica que os compõem, acaba liberando CO2 para o ar.
A combustão de matéria orgânica também libera CO2, o que torna as queimadas de florestas e a utilização de combustíveis fósseis, fatores que aumentam a concentração de CO2 no ar, o que acaba influenciando, através do efeito estufa a temperatura média de nosso planeta.
Ciclo do nitrogênio
O nitrogênio é um elemento de grande importância para os seres vivos, pois é componente obrigatório dos aminoácidos, que formam as proteínas e dos nucleotídeos que constituem os ácidos nucléicos. Proteínas e ácidos nucléicos (DNA e RNA), são moléculas orgânicas fundamentais para a manutenção da vida.
A principal fonte de nitrogênio em nosso planeta é o gás nitrogênio, o N2, que representa cerca de 78% do volume atmosférico. Apesar disso, a maior parte dos seres vivos, não tem capacidade de fixar o nitrogênio em suas moléculas orgânicas, diretamente a partir do N2 atmosférico, dependendo de microrganismos que tem essa capacidade ou da cadeia alimentar, para obtê-lo.
O ciclo do nitrogênio pode ser dividido em 4 fases: fixação atmosférica, fixação biológica, nitrificação e desnitrificação.
Fixação atmosférica: na atmosfera, o N2 pode reagir com o O2 formando o NO-3, desde que haja grande fornecimento de energia, o que ocorre em dias de tempestades, através dos relâmpagos. O NO-3 formado se precipita junto com a chuva e pode ser utilizado como fonte de nitrogênio pelos produtores, que vão utilizá-los para fabricar moléculas orgânicas.
Fixação biológica: as cianofíceas (algas azuis) e algumas bactérias, são capazes de converter N2 atmosférico em amônia, que posteriormente é convertida em nitrato e aproveitado pelos produtores. As plantas da família das leguminosas apresentam em suas raízes nódulos de bactérias do gênero Rhyzobium, que são capazes de realizar a fixação biológica, permitindo a sobrevivência destes vegetais em solos pobres em nitrogênio. Esta capacidade permite a utilização das leguminosas, em técnicas de reposição de nutrientes, em solos utilizados para cultivo agrícola. Duas destas técnicas se destacam (estas duas técnicas podem ser denominadas geneticamente por adubação verde):
- Rotação de culturas: quando se planta em um área, uma cultura de ciclo anual como arroz, trigo ou milho, ocorre a retirada de nutrientes do solo, inclusive compostos nitrogenados. Após a colheita, planta-se uma leguminosa que vai repor o nitrogênio retirado do solo e depois novamente planta-se a cultura anterior. Este tipo de manejo garante a constante utilização do solo, sem grandes investimentos em fertilizantes artificiais.
- Plantio simultâneo: quando a espécie cultivada é perene, ou seja, apresenta ciclo vital de vários anos, como o café ou a laranja, o agricultor pode cultivar entre as plantas uma leguminosa, que depois de formada é cortada, triturada e jogada ao solo, enriquecendo-o com compostos nitrogenados, melhorando a produtividade de área cultivada.
Nitrificação: a maioria dos seres vivos não consegue assimilar diretamente o N2 atmosférico, sendo dependentes das bactérias que realizam a nitrificação, processo que resulta em nitrato (NO-3), forma absorvível pelos produtores e que pode ser dividido em duas fases:- Nitrosação: nesta fase a amônia (NH3) existente no ambiente, proveniente da excreção animal, fixação biológica, fixação atmosférica ou decomposição de seres vivos é convertida em nitrito (NO-2) por bactérias dos gêneros Nitrosococcus e Nitrosomonas. Estas bactérias são quimiossintetizantes, usam a energia liberada nesta conversão, para fabricar moléculas de glicose, que serão utilizadas como fonte de energia para seus processos metabólicos e liberam o nitrito produzido para o ambiente.
- Nitratação: nesta fase, o nitrito obtido na nitrosação é convertido em nitrato, por outro grupo de bactérias nitrificantes, pertencentes ao gênero Nitrobacter. Estas bactérias também vão utilizar a energia liberada para produzir glicose e eliminar para o ambiente o nitrato, que será então absorvido e posteriormente utilizados pelos produtores, como fonte de nitrogênio para fabricar moléculas orgânicas, principalmente proteínas. Desta forma o nitrogênio é introduzido na cadeia alimentar e aproveitado por todos integrantes da teia alimentar.
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